A Gastronomia na região dos Campos Gerais. Foi este o tema abordado pelo coordenador da AMCG Cultura, e secretário de Cultura, Turismo, Patrimônio Histórico e Relações Públicas do município de Palmeira, Waldir Joanassi Filho durante o Ciclo de Palestras realizado na manhã desta segunda-feira pelo Departamento de Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
O secretário foi chamado pelo trabalho de fortalecimento gastronômico que vêm realizando na Prefeitura Municipal de Palmeira e também devido ao projeto lançado pela Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) no último ano, os Sabores dos Campos Gerais. “Iniciei um trabalho em Palmeira com o intuito de salvaguardar os costumes de nossos antepassados”, explicou Joanassi, citando o resgate e o tombamento do prato ‘Pão no Bafo’ como patrimônio imaterial do município.
Conforme Joanassi, Palmeira foi um dos municípios que mais receberam imigrantes russo-alemães no Estado, e foram eles que trouxeram e perpetuaram o prato. “Nosso Estado tem uma carência identitária cultural. Ao fazer este resgate estamos reestabelecendo estes laços”, explica, destacando que a partir do Pão no Bafo criou-se o projeto que abrangeu os 19 municípios da região. “Fizemos uma buscativa de receitas, que já estavam perdidas. Elas não eram mais passadas de pais para filhos”, ressaltou contando que este trabalho resultou em um livro de receitas que identificou 19 pratos, um de cada município, sempre com o resgate histórico-cutural de cada um deles.
Para o coordenador da AMCG Cultura este trabalho de valorizar os pratos que identifiquem os municípios, ou uma região, é de suma importância. “Estamos buscando a gastronomia como força impulsionadora para o turismo”, disse. “Ao comer o Pão no Bafo o turista está se alimentando de história”, completa, lembrando que cada vez mais os turistas estão buscando por experiências, e agregar valor aos produtos é essencial para o processo.
Pelo trabalho de tombamento do Pão no Bafo como patrimônio imaterial, o município de Palmeira passou a ser referência do Estado do Paraná. Após o tombamento do prato, a Prefeitura realizou o mesmo processo para salvaguardar a bebida gengibirra, trazida pelo imigrante anarquista Egizio Cini, que fez parte da Colônia Cecília.
Além do coordenador da AMCG Cultura, participaram do Ciclo de Palestras o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Vander Valduga, a gestora de projetos do Sebrae Nadia Joboji e o mestre cervejeiro da Oak Bier, José Ricardo Ferreira. Valduga abordou a Gestão e Tendências em Alimentos e Bebidas. A gestora do Sebrae e o mestre cervejeiro destacaram a Rota da Cerveja que será lançada na quarta-feira, dia 22 de maio, pela Associação das Microcervejarias dos Campos Gerais.