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Déficit das Prefeituras da região ultrapassa R$ 16 mi com transporte escolar

Um déficit anual de R$ 12 milhões do transporte escolar da rede estadual, mais um rombo nos cofres públicos das Prefeituras da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) no valor de R$ 4 milhões referente ao transporte dos alunos para reposição no período de greve dos professores da rede. Estes valores foram repassados na manhã desta quarta-feira por comitiva da entidade à Secretaria de Estado da Educação. “Fomos apresentar estes números à Secretaria, pois há uma defasagem muito grande nos valores repassados pelo Estado. E agora a questão pontual da greve, em que os municípios se comprometeram a transportar os alunos para não prejudicá-los devido a greve”, explica o presidente da AMCG e prefeito de Ipiranga, Roger Selski.

Na última semana, o Governo do Estado se comprometeu com os 399 municípios do Paraná a realizar o repasse de duas cotas de R$ 9 milhões para o transporte escolar para a reposição de aulas. “Mas somente os Campos Gerais já consumiriam quase a metade de uma destas cotas”, aponta o vice-prefeito do município de Castro, Marcos Bertolini, que participou da comitiva. A região realizou levantamento dos custos com o transporte (combustível e pessoal) para reposição de aulas, conforme o número de dias que falta para completar o calendário escolar. “Há alguns municípios em que a soma não é muito elevada, mas há outros que vão ter muitas dificuldades para arcar com o valor”, conta Selski, descrevendo que a situação dos municípios, principalmente dos pequenos, está cada vez pior com a falta de recursos.

Conforme a secretária de Educação do Paraná, Ana Seres Trento Comin, sua Pasta já está fazendo um levantamento dos municípios que realizaram o transporte escolar no período de férias. “Estamos pontuando os municípios, pois alguns se negaram a fazer o transporte para reposição”, explicou, já contabilizando oito que não irão necessitar das cotas do repasse. Os valores que cada Prefeitura custeou também serão contabilizados pela Secretaria, conforme Ana Seres. “Mas o valor acordado são os R$ 9 milhões”, aponta, não prevendo aumento deste repasse.

Para a reunião, a AMCG, em parceria com o setor de Educação da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), realizou também levantamento do custo anual do transporte escolar. Conforme o estudo, os 19 municípios da região investiram em 2014 no transporte escolar R$ 47.670.194,79, no transporte de 36.566 alunos. Deste valor, o investimento para a rede estadual – 18.714 alunos – foi de R$ 23.290.713,06. Mas o total recebido dos programas do Governo do Estado foi de R$ 10.504.646,43. O que significa um déficit no valor de R$ 12.786.066,63. “O repasse do Estado não chega a 50% do que investimos”, contabiliza Selski, solicitando uma correção deste percentual.

Para o presidente da AMCG, a situação dos municípios da AMCG é muito complexa, pois há municípios com grandes extensões rurais, como Tibagi e Castro, por exemplo, e com transporte escolar terceirizado, por falta de opções. “Estas situações só encarecem o transporte em nossas Prefeituras. Viemos mostrar a situação para a Secretaria. E tentar soluções, senão para este ano, para o próximo. Queremos o aumento do valor do repasse para diminuir a defasagem dos municípios”, conta.


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