Um só gênero, quatro gerações. Tradicional, Baby Boomer, Gerações Y e Z. O 3º Encontro Mulheres em Ação foi realizado na manhã desta quarta-feira pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) dos Campos Gerais, com o apoio da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) no Clube Ponta Lagoa. As diversas gerações foram representadas por quatro mulheres que vem se destacando, não só em Ponta Grossa. Neuza Mansani, Indianara Milleo, Giorgia Bin Bocheneck e Julia Stocco participaram de um painel mediado pela jornalista Luciane Rosas. “Contamos nossas experiências e como esse recorte intergeracional foi motivador das pessoas que nos tornamos”, contou Indianara, que também atua como diretora do CPCE Campos Gerais.
O ‘Mulheres em Ação’ tem como objetivo trazer, com cases de sucesso, o empoderamento feminino ao debate. “Já havíamos trazido cases de empresas que fazem da equidade a sua bandeira e também mulheres que atuam em cargos ainda predominantemente masculinos”, recorda a articuladora do CPCE, Glaucia Wesselovicz, destacando que este ano a diferença de gerações foi o tema escolhido.
Para a jornalista que mediou o painel, o debate integeracional foi muito enriquecedor. “Mesmo apresentando mulheres de gerações tão distintas percebemos uma característica em comum entre elas. A inquietação, a vontade de crescer, mesmo perante as adversidades próprias do gênero”, aponta Luciane. A ‘tradicional’ Neusa Mansani relatou suas experiências ao crescer em uma sociedade que ainda não se falava, nem pensava, em equidade entre gêneros. “Vou confessar pra vocês que não foi fácil”, relata, lembrando-se de uma de suas experiências de vanguarda: entrar para a Faculdade de Pedagogia.
As gerações Y e Z, de Giorgia e Julia destacaram a importância de ações de vanguarda das anteriores para a conquista de seus espaços. “Temos que agradecer essas mulheres que abriram caminho para nós”, exultou Giorgia, que atua a frente de diversas entidades, além de ser empresária e advogada de sucesso.
A jovem Julia, apesar de sua pouca idade (22 anos), compartilhou a sua ampla experiência como líder feminina, em movimentos estudantis e de empreendedorismo e inovação. “Vejo que muitas das experiências que as gerações anteriores passaram foram essenciais. Mas há valores que devem ser adaptados para a nova realidade”, aponta.
Independente de que geração pertenceram, as painelistas destacaram os valores que o gênero não pode perder. O respeito foi unanimidade. Estudiosa, escritora e poeta, Neuza propôs o debate de axiomas que “perderam sentido” ao longo do tempo. “O que é verdade, justiça e beleza nos dias de hoje?”, questionou.
Encontros Intergeracionais e os ODS
Além do painel, o Encontro trouxe um diálogo intergeracional proposto pelo Centro de Inovação em Longevidade do Sesi Paraná, com a condução de Diva Paz. “Temos que pensar que estamos em uma sociedade com mais pessoas de 60 do que de cinco anos”, explica. Rosane Fontoura (Sesi) trouxe um desafio para que as convidadas possam colocar em prática este encontro intergeracional. “Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis podem servir de fundo para propormos ações”, disse.