Arrecadação em queda e custos aumentando. Os prefeitos da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) estiveram reunidos na tarde desta segunda-feira para debater a situação financeira de seus municípios. Em final de mandato, os gestores estão discutindo as possibilidades para o fechamento de contas até o final do ano. “A receita dos municípios está em queda desde o mês de julho de 2015”, relata o prefeito de Castro, Reinaldo Cardoso, destacando que os municípios já investiram com recursos próprios, em situações em que a obrigação era dos Governos Estadual ou Federal. “Mas a reserva que tínhamos foi se esgotando”, fala. Para poder cobrar dos Governos e mostrar a realidade financeira para a população, os gestores vão providenciar para os próximos dias um diagnóstico das suas contas. “Vamos enumerar nossos custos, nossa arrecadação e os repasses que recebemos”, adianta Cardoso.
Situações que afetam as contas municipais foram debatidas, como o transporte escolar que já apresenta defasagem de mais de 40%. “E ainda estamos sentindo novas quedas”, fala a prefeita Angela Mercer de Mello, contando que em Tibagi, a redução foi de mais 25%. A reposição salarial dos servidores municipais, de 11,28% também pegou os gestores desprevenidos, já que a média dos outros anos foi de 7%.
Os gestores destacaram ainda a nova lei de repatriação de recursos. “Só com isso, a região vai deixar de receber este ano R$ 10 milhões”, destacou o prefeito de Castro, contando que no seu município são R$ 900 mil a menos. Situações pontuais , mas que também prejudicam o bom funcionamento das Prefeituras também foram citados. “Os cortes vem de todos os lados”, relata o prefeito de Jaguariaíva, José Slobodá. O prefeito de Palmeira, Edir Havrechaki citou as bolsas de colostomia. “Antes, o Estado que repassava para nós. Agora a obrigação é do município”, comenta. Conforme os prefeitos, os municípios que contam com Hospitais estão tendo que “segurar as pontas”.
A crise não afetou somente os repasses dos Governos. Conforme os gestores, os cidadãos também não conseguem pagar todas as suas atribuições. E as Prefeituras estão sentindo a realidade diante aos pagamentos de impostos, como o IPTU e IPVA. “No ano passado, nessa mesma época, já contávamos com 80% dos IPTU’s pagos. Hoje temos somente 30%”, aponta a prefeita de Tibagi, Angela Mercer de Mello. O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) também esteve na pauta da reunião.